Uma frase engraçada dos últimos dias cairia bem nesse momento. Quem sabe essa:
"Como você vai encontrar verbos que gostam de comer chuchu de manhã?"
Lígia.
Minha querida professora de Linguística. Ela em mais um de seus momentos de grande inspiração cósmica. Queria mesmo é saber de onde vem tamanha inspiração!
Mas admiro. Agora, paremos para pensar: o que são "verbos comedores de chuchu"? Comer chuchu é um ato que pode ser repugnante, faminto, alegre ou nobre. Mas nesse caso, repugnante, já que pensamos no período da manhã. Alguém come chuchu pela manhã? Um dia desses, conheci uma garota que bebe Soda no café. Mas comer chuchu é realmente estranho!
Pois bem. Um verbo que me lembra o desejo de comer um chuchu pela manhã é "gostar".
"Gostar". Qual é a sensação de gostar de alguma coisa? Me parece como uma falta de espaço na ação, algo incompleto, feito por meras necessidades físicas ou sociais do ser humano. Necessidade físicas e sociais do ser humano. Isso sim é um assunto interessante...
Raciocínio, volte! Há três parágrafos apenas, escrevi sobre o fato de comer chuchu (pela manhã, lógico). E disse ser repugnante...mas, se associarmos essa repugnância ao verbo "gostar", teremos a sensação de fome. Sim. "Gostar", o suprimento de necessidades. E então a necessidade. O gostar por suprir. E isso é o errado do humano.
Há pouco tempo, li um escrito nos meandros da Reitoria:
"No fundo, tudo é fuga."
Quer entender? Não há verdade maior para o ser humano. Gostamos e nos apegamos aos objetos, pessoas e conteúdos diários como uma forma de fuga. Amamos para fugir da solidão, estudamos para fugir da burrice. Trabalhamos para fugir da ociosidade, corremos feito loucos atrás de dinheiro para fugir da pobreza. Bebemos água para fugir da sede, comemos para fugir da fome. Vivemos para fugir da morte.
Formamos frases para fugir da falta de sentido. Sujeito, verbo, complemento. "Gostar". Gosto? Não. Não gosto.
Verbo que come chuchu não tem sentido, e sim necessidade. Verbos comem chuchu para fugir. Fugir da falta de sentido, da solidão, da distância com o sujeito. Sem contar os momentos em que ele está oculto.
E, no fim de tudo, seres humanos somos. E, em meio disso, com diversas necessidades, com ações atribuídas a fuga eterna de todo o dia. Seres humanos, verbos comedores de chuchu.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
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Um comentário:
Nossa!
Eu entendi tudo! Sério!
E a frase que indica q tudo é fuha no fim, é real! É verdade! Eu concordo, acho válido e mto digno!
adorei!
hugs boys!
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